Nota de pesar - Falecimento do Teólogo e Pastor António José Dimas de Almeida
É com profunda tristeza e consternação que o Conselho
Português de Igrejas Cristãs (COPIC) comunica o falecimento do nosso colega e
amigo, Pastor António José Dimas de Almeida ocorrido a onze do presente mês.
O Pastor Dimas Almeida, natural do Montijo, onde ainda jovem se ligou à Igreja
Presbiteriana na missão daquela cidade, cursou teologia no Seminário Evangélico
de Teologia e continuou estudos na Universidade de Montpellier, onde foi
pós-graduado na área do Novo Testamento. Ainda como estudante desenvolveu
atividade pastoral nas comunidades do Alentejo. Concluiu a licenciatura e foi
ordenado antes de partir para os Açores em 1966. Na ilha de São Miguel, onde
permaneceu três anos, desenvolveu um pastorado de grande relevância. As suas
qualidades intelectuais conduziram-no de forma natural, a uma intensa atividade
ecuménica no contexto de uma sociedade onde alguns sectores mais progressistas,
que o acolheram, começavam já a questionar um regime que dava claros sinais de
rutura.
Regressa a Lisboa em finais da década de 60 e assume o pastorado da Igreja
Evangélica Presbiteriana de Lisboa iniciando em simultâneo o cargo de Reitor e
professor no Seminário Evangélico de Teologia. Foi ainda Pastor na Igreja de
Algés e da Ajuda.
Posteriormente desempenhou o cargo de professor convidado na Universidade
Lusófona, tendo a partir daí, dedicado o seu ministério à docência e ao Grupo
Ecuménico de Carcavelos inspirado numa intenção de diálogo e de inclusão das
mais diversas sensibilidades cristãs e não cristãs.
Deixou uma marca indelével em todos aqueles e aquelas que, pela sua excelência
científica e pedagógica, tiveram o privilégio de conviver e aprender com ele ao
longo de várias décadas e nos mais diferentes contextos.
O Pastor Dimas Almeida viveu intrínseca e intensamente o Ecumenismo
demonstrando uma visão marcadamente transbordante face a qualquer circunscrição
denominacional. Pela vida e obra que nos legou, tornou-se uma personalidade de
referência, inspiradora e respeitada pelos que o conheceram, bem como pelas
mais diversas sensibilidades cristãs e religiosas em Portugal.
Acima de tudo compreendeu a vastidão dos espaços onde indeclinavelmente todos
nos encontramos e procurou nas palavras e nos silêncios, numa busca incessante,
perscrutar o mais profundo do Ser.
À Susete, sua companheira de sempre, e aos seus filhos Célia e Paulo Almeida,
as nossas mais sentidas condolências e a certeza de que, no final desta viagem,
Deus o receberá na imensidão do seu Coração.
As exéquias fúnebres terão lugar na Igreja Evangélica Presbiteriana de Lisboa à
Rua Tomás da Anunciação e o sepultamento seguirá para o Cemitério do Montijo.